Mesa posta

Mesa posta
Mesa posta para um almoço com Fragonard

sábado, 9 de janeiro de 2010

Coisas de Laurinha...

Não tem na a ver com a minha sobrinha, mas sim com a da novela. Brega? Pode ser, adoro novela, ou pelo menos adorava essas como a que tinha a Glória Menezes como Laurinha.

Bem, o fato é que hoje quero falar antes um pouco sobre chatices do cotidiano...

Por que os veículos não param na faixa para as pessoas passarem???

Fiquei me perguntando ontem, confesso que bastante irritada. Por que no estacionamento do shopping center precisa-se correr e esquecer de gentilezas? Gentilezas? Acho que é dever cívico, não frescuras de Laurinha andar devagar e civilizadamente parar para alguém atravessar a faixa. Mas ah... O que esperar de pessoas que vão a um bom restaurante e para sentar à mesa não tiram o boné??? Claro que isso é um passo grande para o atropelamento... Exagero? Aposto que não.

Para mim, a civilidade é irmã siamesa da caridade, o que nada mais é do que o respeito ao próximo e a si mesmo. E isso tudo não é proveniente de dinheiro (é claro que ele proporciona bons vestidos, excelente porcelana, viagens exóticas), mas algo que vem da alma. Não é à toa que há toda uma discussão em torno do conceito de polidez.

E é nessa esteira que continuo essa blogagem (?) com ainda nossa velha e boa Elsa Maxwell, quando fala sobre os escravos da etiqueta.

Diz ela assim,
"Pode jogar fora o seu livro de etiqueta, se me quer para guia nos caminhos secretos da arte de bem receber. Acho que uma estrita obediência às regras de etiqueta contidas nesses livros tem condenado mais recepções ao insucesso do que qualquer causa. Frequentemente, convenções ultrapassadas são o motivo por que certas festas se tornam tão terrivelmente aborrecidas, tão insípidas e se tornam tão desagradáveis quanto uma roupa úmida no corpo".

Quem nunca se viu numa festa assim? Ou numa visita onde a pessoa que recebe, ou algum convidado é escravo da etiqueta? Eu já me vi. É patético. E olha, eu era bem jovenzinha e já sabia que a adolescente micro-anfitriã era uma afetada, e sei que permaneceu assim por sua vidinha em diante... Uma espécie de Laurinha, que nada mais era do que uma nova rica empobrecida, meu Deus que horror!!!!!!!!

Continuando Elsa:
"Não me refiro à etiqueta que se limita a prescrever certas regras de boas maneiras. Quem deixar de lado os verdadeiros preceitos da cortesia e do tato tornar-se-á tão bem recebido numa festa quanto alguém portador de tifo". Essa é ótima...

E assim eu fico, pensando nas Laurinhas chatinhas irmãzinhas daqueles de boné que não param nas faixas e correm nos shoppings...

Um comentário:

  1. Totalmente de acordo, a gentileza e solidariedade andam sumidas.. Prova disso foi a volta da praia, uma cafajestada na estrada sem tamanho.., que horror!!
    Beijinhos, adorei o blog!

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